Você sabe o que é a Síndrome do Coração Partido? Perder um ente querido, ser despedido do trabalho, terminar um relacionamento ou medo gerado pela pandemia da COVID-19 são situações que abalam qualquer pessoa. Há também circunstâncias em que as pessoas sofrem uma emoção muito negativa em relação a determinado acontecimento, resultando em problemas cardíacos …
Perder um ente querido, ser despedido do trabalho, terminar um relacionamento ou medo gerado pela pandemia da COVID-19 são situações que abalam qualquer pessoa. Há também circunstâncias em que as pessoas sofrem uma emoção muito negativa em relação a determinado acontecimento, resultando em problemas cardíacos conhecidos como a Síndrome do Coração Partido ou Cardiomiopatia de Takotsubo. A Síndrome do Coração Partido é uma metáfora utilizada para descrever uma alteração que acontece no coração em decorrência de uma dor psicológica. “Como o coração simboliza os sentimentos e o amor, os especialistas falam que essa síndrome pode ocorrer após um estresse emocional, ocasionando uma descarga mais acentuada de adrenalina, sendo responsável pelo mau funcionamento cardíaco”, cita o cardiologista Sanderson Cauduro, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP.
A síndrome tem sintomas parecidos e pode ser confundida com um infarto. Essas alterações podem simular o infarto do miocárdio, ou seja, a pessoa pode sentir dor no peito, sudorese, falta de ar, desconforto, queda na pressão e mostrar palidez. Tudo em decorrência dessa descarga acentuada de adrenalina. “O indivíduo pode inclusive ter um infarto, pois as alterações fazem com que as artérias do coração fiquem mais estreitas e a partir de então o sangue passe a circular menos. O coração sente uma isquemia, ou seja, ele sente falta de sangue e uma parte infarta. O órgão precisa de uma demanda maior de oxigênio e não tem, esse infarto pode fazer com que principalmente a parte de baixo do coração (ponta) sofra uma necrose, essa parte do músculo cardíaco perde a sua função e diminui o bombeamento de sangue após sofrer uma dilatação”, explica o cardiologista.
De ocorrência muito rara, a síndrome acomete principalmente mulheres de meia idade. A doença foi relatada pela primeira vez no Japão em 1990, mas atualmente já existem relatos em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Como a síndrome surge depois de uma forte emoção, não existe uma forma de prevenção e um tratamento específico. Trata-se a causa básica, se a pessoa teve um infarto, por exemplo, é preciso fazer um diagnóstico com eletrocardiograma, ecocardiograma ou cateterismo cardíaco para visualizar o que aconteceu naquela situação e após isso é possível direcionar o tratamento. Feitos os exames e iniciado o tratamento, o paciente pode sentir melhora dos sintomas após a primeira semana.
Para o psicólogo clínico Ronny Kurashiki, do Valencis Curitiba Hospice, “Faz parte da vida como um todo, passar por situações estressantes e desgastantes, tentar fugir disso é pagar um preço muito alto, que é não viver. Mas isso não quer dizer negligenciar os impactos e cuidar para que as consequências não nos adoeçam. É de suma importância que cada um crie estratégias, encontre caminhos que auxiliem na manutenção de sua saúde mental e ao passar por uma situação traumática – como a perda de um ente querido – poder olhar com atenção para todos os sentimentos, emoções e reações físicas causadas por essa vivência”.
Saiba os principais sintomas da Síndrome do Coração Partido
. Aperto no peito
. Dificuldade para respirar
. Tonturas e vômitos
. Perda de apetite ou dor no estômago
. Raiva, tristeza profunda ou depressão
. Dificuldade para dormir
. Cansaço excessivo
. Perda de autoestima, sentimentos negativos ou pensamento suicida