Dia Mundial do Câncer: é preciso conscientização Mudanças de hábitos de vida ajudam a reduzir o impacto da doença Criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial do Câncer é celebrado em 4 de fevereiro, e o objetivo é aumentar …
Dia Mundial do Câncer: é preciso conscientização
Mudanças de hábitos de vida ajudam a reduzir o impacto da doença
Criado em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial do Câncer é celebrado em 4 de fevereiro, e o objetivo é aumentar a conscientização e educar a população sobre a doença.
A estimativa mundial mais recente aponta (2018) que ocorreram no mundo 18 milhões de casos novos de câncer. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima em 625 mil o número de novos casos para o triênio 2020-2022, sendo os tipos mais incidentes de cânceres os de pele não melanoma, mama, próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
Para a oncologista clínica Tabatha N. Dallagnol, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, “A informação é uma grande aliada no combate ao câncer. Quanto maior o número de pessoas que conhecem e entendem um pouco mais sobre a doença, maior a probabilidade de melhor enfrentá-la. É importante, portanto, manter bons hábitos de saúde e realizar periodicamente, conforme indicação médica, alguns exames preventivos, que podem contribuir para diagnósticos precoces, aumentando em até 80% as chances de cura de determinados tumores”.
Medidas preventivas
Para se evitar o aparecimento da doença é preciso investir na prevenção, com ações que visem diminuir os riscos, como, por exemplo, adotar um estilo de vida saudável com redução de exposição aos fatores de risco. A Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society – ACS) divulgou recentemente (2020) um estudo mostrando que exercícios físicos podem reduzir o risco de desenvolvimento de sete tipos de tumores e outras enfermidades. “A orientação para os adultos, após avaliação médica, é de uma rotina regular de exercícios com pelo menos 150 a 300 minutos de atividades moderadas por semana ou 75 a 150 minutos de atividade física intensa semanal. Já quanto à alimentação, é recomendada a manutenção de uma dieta balanceada, com ingestão variada de vegetais, frutas e grãos integrais e redução de alimentos processados, por exemplo. Torna-se importante também reduzir o consumo do álcool, mesmo que de forma moderada. O objetivo final é que o organismo receba um bom número de nutrientes de qualidade para que possa alcançar e manter um peso corporal saudável”, ressalta a médica.
Orientação para os 3 tipos mais frequentes de câncer – conforme a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)
Câncer de pele não melanoma: evitar exposição ao sol em períodos com maior intensidade de radiação (entre 10h e 16h); usar filtro solar diariamente com reaplicações a cada 2 horas ou sempre após entrar na piscina ou mar; utilizar camisetas com proteção especial UV, bonés, chapéus, óculos de sol com lentes de boa qualidade.
Câncer de mama: esse tipo de câncer pode estar ligado ao histórico familiar, mas também à obesidade, sedentarismo e ao uso de terapia de reposição hormonal. Se diagnosticado precocemente tem mais de 90% de chance de cura, portanto, recomenda-se, que todas as mulheres, independentemente da idade, devem ficar atentas a sinais anormais em suas mamas. A recomendação do Ministério da Saúde é que o exame de mamografia seja feito pelas mulheres de 50 a 69 anos a cada 2 anos.
Câncer de próstata: a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mantém sua recomendação de que os homens, a partir de 50 anos e mesmo sem apresentar sintomas, devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada tendo como objetivo o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Os homens que integrarem o grupo de risco (raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata) devem começar seus exames mais precocemente, a partir dos 45 anos
Novas drogas e exames genéticos e moleculares auxiliam no combate à doença
De acordo com a Dra. Tabatha N. Dallagnol, tratamentos mais recentes e modernos são novos aliados potentes na luta contra o câncer: “A imunoterapia e as drogas-alvo fazem parte da nova geração de tratamentos oncológicos cujo racional é de que conhecendo melhor os tumores podemos dirigir nossas terapias com maior eficácia e menos toxicidades. Os mecanismos de ação desses medicamentos podem ser múltiplos, desde a possibilidade de alterar a resposta do sistema imune até interações com as células neoplásicas para impedir que o tumor tenha a habilidade de desenvolver vasos sanguíneos que o ‘alimentem’, por exemplo.”
Os exames genéticos e moleculares também atuam como mais um elo de ligação na batalha contra a doença. Tais testes ajudam a entender melhor a biologia molecular dos tumores e, em alguns casos, conforme aconselhamento genético, o risco de desenvolvimento de outras neoplasias. “Hoje, essas novas ferramentas permitem, em última análise, uma conduta terapêutica personalizada e adequada a cada caso com estratégias terapêuticas dirigidas”, conclui a oncologista.