Equipe multidisciplinar é essencial para amparar todos os envolvidos nos cuidados paliativos Pensar em um paciente com uma doença que ameace a vida é também pensar na possibilidade do surgimento de diferentes impactos emocionais. Ele não passa por essa experiência sozinho, mas em conjunto com sua família. Juntos, formam a unidade de cuidado que será …
Equipe multidisciplinar é essencial para amparar todos os envolvidos nos cuidados paliativos
Pensar em um paciente com uma doença que ameace a vida é também pensar na possibilidade do surgimento de diferentes impactos emocionais. Ele não passa por essa experiência sozinho, mas em conjunto com sua família. Juntos, formam a unidade de cuidado que será assistida pela equipe multiprofissional quando se fala em Cuidados Paliativos. “A família é considerada uma unidade de cuidado, da mesma forma que o paciente, assim o atendimento da equipe multiprofissional, principalmente por parte da psicologia e terapia ocupacional, também são extensivos aos familiares”, fala Fernanda Tuoto, enfermeira do Valencis Curitiba Hospice.
A partir desta perspectiva, percebe-se que a família vivenciará o adoecimento conjuntamente, sofrendo com o paciente, chorando com ele, internando-se com ele. E, dessa forma, necessitará também de cuidados específicos. “Os familiares podem apresentar diversas reações emocionais, principalmente quando se trata de uma doença sem perspectiva curativa, ou seja, um tratamento paliativo. Isso porque historicamente os profissionais de saúde, não raro, acabam dando a informação de um prognóstico reservado sem os devidos cuidados, utilizando-se de expressões pouco empáticas como ‘não há mais nada o que fazer’, que pode gerar na família um sentimento de abandono por parte da equipe médica e multiprofissional”, explica Ronny Kurashiki, psicólogo do Valencis Curitiba.
Na filosofia de cuidado hospice o objetivo é, justamente, frente à impossibilidade de cura, garantir que há muito que se fazer e que por meio da intensificação dos cuidados é possível oferecer qualidade de vida e conforto nesse contexto, independentemente do tempo de vida que o paciente possa ter. Desta forma, em meio aos momentos de dor que a família poderá vivenciar, como o próprio medo de perder seu ente querido ou ainda de vê-lo sofrer, o hospice, por meio de sua equipe multiprofissional, zela pelo acolhimento das demandas, dúvidas e medos da família, tendo-os como parceiros nos cuidados para com o paciente.
“Esse é um dos diferencias deste tipo de cuidado, pois no hospice toda a equipe assistencial e operacional é treinada e está preparada para que, por meio de uma postura de acolhimento, seja uma fonte de potencial apoio emocional à família”, reforça o psicólogo Ronny.
Um dos princípios dos cuidados paliativos é ter a família presente e atuante no processo de final de vida do paciente e, dessa forma, fornecer informações claras e verdadeiras, sanar possíveis dúvidas, validar os sentimentos e reações emocionais e, principalmente, permitir a proximidade e contato dela com o paciente. “Essas são estratégias traçadas pela equipe, cientificamente embasadas e que visam um mesmo objetivo, a qualidade de vida e de morte do paciente, preparando essa família para o momento em que não for mais possível ter seu ente querido presente”, finaliza.
Fonte: Revista VIVER Curitiba