Psicólogo diz que é preciso empatia para diminuir conflitos e amenizar situações extremas No decorrer dos últimos anos, cada vez mais o meio científico vem tentando desenvolver formas de avaliar e manejar os impactos emocionais causados na família devido ao adoecimento de um ente querido. Isso porque a possibilidade de perder um familiar pode ser …
Psicólogo diz que é preciso empatia para diminuir conflitos e amenizar situações extremas
No decorrer dos últimos anos, cada vez mais o meio científico vem tentando desenvolver formas de avaliar e manejar os impactos emocionais causados na família devido ao adoecimento de um ente querido. Isso porque a possibilidade de perder um familiar pode ser algo muito difícil de lidar, principalmente, se o paciente exercia alguma função essencial para a dinâmica e relação familiar.
“Os cuidadores envolvidos precisam de uma atenção específica já que a situação vivenciada por eles é extremamente estressante, sendo que, muitas vezes, abdicam de suas próprias vidas para cuidar da pessoa enferma. No entanto, devido aos diferentes olhares que cada um pode apresentar, é comum que, em meio ao sofrimento causado por todo esse contexto, seja extravasado por meio de conflitos”, diz o psicólogo do Valencis Curitiba Hospice, Ronny Kurashiki.
Não é incomum presenciar discussões ou mesmo um clima de tensão entre os familiares, o que por sua vez pode fazer com que o próprio paciente se sinta afetado. Isso ocorre porque em meio a tomadas de decisão importantes e com um objetivo em comum, que é cuidar do paciente, divergências são esperadas, fazendo aflorar sentimentos e reações que em outros momentos não ocorreriam.
“O primeiro passo para uma família conseguir manter-se unida e fortalecida para enfrentar as dificuldades de um adoecimento ou mesmo do final de vida é a empatia. A partir do momento em que se consegue conversar, expor aquilo que se sente e se pensa é possível compreender o que o outro está passando, inclusive mostrando que os sofrimentos de cada um podem ser mais parecidos do que se espera”, comenta o psicólogo.
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Para o profissional, esse momento de comunicação pode acontecer tanto por uma intervenção da equipe de assistência como ocorrer espontaneamente, sendo que é importante sempre respeitar os limites de cada um. “Nem sempre presenciaremos uma família unida e comunicativa, pois dependendo do perfil familiar isso não será possível, mas é preciso criar oportunidades para que isso ocorra.”
Quando se passa a compreender esses possíveis conflitos e divergências como expressão de um sofrimento único e intenso, é possível pensar em manejos que não necessariamente visem extingui-los, mas trabalhá-los de forma que o impacto emocional daí advindo possa ser amenizado.
“Nos casos em que o adoecimento é grave e o final de vida está próximo, é comum observar que as relações familiares ficam fragilizadas e tendam a extremos, isso quer dizer, ou a uma união muito intensa e forte de modo a apoiar cada um dos familiares ou a um afastamento de modo que se vivencie os sentimentos de forma isolada. Nenhum dos dois processos está errado, apenas demonstrarão a maior ou menor capacidade daquele núcleo familiar de lidar com o contexto vivido.”
“Aqui no Valencis Curitiba Hospice esse é o diferencial, já que toda a equipe é treinada e está apta para promover um espaço de empatia que fortaleça a união e comunicação entre os familiares”, finaliza Ronny.
Fonte: Revista VIVER Curitiba