Meu cuidado, meu conforto

Meu cuidado, meu conforto Os cuidados paliativos são ações transdisciplinares que buscam melhorar a qualidade de vida de pessoas que enfrentam doenças graves que ameaçam a continuidade da vida, bem como de seus familiares que os acompanham nessa jornada. A pessoa idosa, por diversas vezes enfrenta doenças como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva …

Meu cuidado, meu conforto

Os cuidados paliativos são ações transdisciplinares que buscam melhorar a qualidade de vida de pessoas que enfrentam doenças graves que ameaçam a continuidade da vida, bem como de seus familiares que os acompanham nessa jornada.

A pessoa idosa, por diversas vezes enfrenta doenças como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer, demência, acidente vascular encefálico, doença de Parkinson, síndrome de fragilidade dentre outras. Situações que fazem com que a pessoa perca sua funcionalidade, tornando-se cada vez mais dependente de seus familiares e necessitem cada vez mais de atendimentos médicos hospitalares.

Para todas essas doenças existem tratamentos que buscam a estabilidade e o declínio lento, entretanto, todas seguirão seu curso natural e ao longo de sua trajetória a pessoa experiência diversos sintomas que farão com que sua qualidade de vida seja ruim. Por fim atingirá o momento em que os tratamentos já não surtirão efeitos. É nesse momento que devemos ter a sabedoria de identificar que as tecnologias existentes não trarão melhora para o paciente e por diversas vezes podem até mesmo agravar a situação e causar o falecimento precoce. Como diz Rubem Alves em sua crônica Sobre a Morte e o Morrer: “Dizem as escrituras sagradas: ´Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer´. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A ´reverência pela vida´ exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.”

Considerando tudo o que foi exposto anteriormente, aproveito o ensejo do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos para pedir que as pessoas reflitam como gostariam de ser cuidadas caso tivessem uma doença ameaçadora da vida ou simplesmente estivessem chegando ao final da sua vida. Deixo algumas perguntas para ajudar nesta reflexão:
• O que é, para mim, uma vida que vale a pena ser vivida?
• O que é qualidade de vida para mim?
• O que os profissionais da saúde devem saber sobre mim para poder me oferecer o melhor cuidado possível?
• Como eu gostaria de ser cuidado no fim da vida?
• Onde eu gostaria de estar nos últimos dias da vida? Como é esse lugar? Quem estará lá comigo?
• Quais tratamentos de saúde eu desejo ou não desejo receber?
• O que significa, para mim, estar confortável?
• O que significa, para mim, ser bem cuidado?

Essas são algumas pequenas reflexões que poderá começar a fazer hoje, você não precisa ter o diagnóstico de uma doença ou estar próximo ao fim da vida para refletir. Ao contrário, quanto antes você começar a se conhecer maiores serão as chances de definir o que deseja e ter esses desejos atendidos.

Para auxiliá-lo, existem diversos instrumentos como: POLST (http://polst.org/), The Conversation Project (http://theconversationproject.org/), Go wish cards (http://www.gowish.org/) e o Baralho Cartas na mesa da SBBG (http://sbgg.org.br/projeto-cartas-na-mesa/).

“Meu cuidado, meu conforto”: te convido a refletir sobre o que isso significa para você, converse com os profissionais da saúde que te acompanham, compartilhe sua reflexão com seus amigos e familiares.

Dra. Gisele dos Santos, geriatra no Valencis Curitiba Hospice.

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