A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que 40 milhões de pessoas estejam precisando de cuidados paliativos. Com o envelhecimento da população e da crescente carga de doenças não transmissíveis e de algumas doenças transmissíveis, esse número tende a crescer. Ainda segundo a entidade, a maioria dos adultos que necessitam de cuidados paliativos tem …
A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que 40 milhões de pessoas estejam precisando de cuidados paliativos. Com o envelhecimento da população e da crescente carga de doenças não transmissíveis e de algumas doenças transmissíveis, esse número tende a crescer. Ainda segundo a entidade, a maioria dos adultos que necessitam de cuidados paliativos tem doenças crônicas como doenças cardiovasculares (38,5%), câncer (34%), doenças respiratórias crônicas (10,3%), AIDS (5,7%) e diabetes (4,6%). Muitas outras condições podem exigir cuidados paliativos, incluindo insuficiência renal, doença hepática crônica, esclerose múltipla, doença de Parkinson, artrite reumatoide, doença neurológica, demência, anomalias congênitas e tuberculose resistente a medicamentos.
Uma pergunta recorrente entre pacientes e familiares é que em que momento os cuidados paliativos são apropriados, indicados? A resposta é que os cuidados paliativos podem ser prestados a partir das fases iniciais do diagnóstico de alguma doença que ameace a integridade e/ou cause sofrimento na pessoa. Não é preciso esperar o avanço para se buscar esses cuidados. Porém, em muitos casos, a busca por esse tipo de cuidados vem na fase mais aguda da doença, aquela que leva à finitude.
A oncologista Clarice Nana Yamanouchi, diretora do Valencis Curitiba Hospice, cita que os cuidados paliativos podem ser realizados a partir do diagnóstico de uma doença grave, duradoura ou que ameace a vida. “Cuidados paliativos são essenciais para proporcionar aos pacientes o alívio dos sintomas, também para ajudar os pacientes e seus familiares a processarem seus sentimentos e ajudar a aliviar o estresse, gerenciando o cuidado e recomendando recursos de apoio. O objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente e dos entes queridos de todas as maneiras possíveis.”
Tempo de cuidar
O conceito de cuidados paliativos ainda está muito relacionado com a terminalidade, e as pessoas acreditam que vão chegar aos cuidados paliativos no final de vida, porém a intenção não é esta, mas sim evitar que se chegue ao final da vida em sofrimento. “É preciso ter qualidade de vida enquanto está vivo. Aumentar a qualidade de vida na medida do possível para tentar enfrentar o tratamento”, cita a médica.
Por isso, se uma pessoa foi diagnosticada com câncer, por exemplo, os cuidados paliativos podem ser necessários para ajudar com os sintomas da quimioterapia ou mesmo para lidar com a dor de uma cirurgia e até mesmo com alguns efeitos colaterais que exigem um cuidado maior, como a hidratação.
Já outra pessoa foi diagnosticada com esclerose múltipla. O que fazer? Ela pode precisar de cuidados paliativos para o controle de sintomas, de fisioterapia ou de apoio psicológico. O importante é que tanto pacientes quanto seus entes queridos tomem a decisão em conjunto para poderem usufruir desse tipo de cuidados, dependendo das circunstâncias e da natureza da doença. Lembrando que um dos objetivos dos cuidados paliativos também é o cuidado, a atenção com os familiares.
Saiba alguns indicativos de que é hora de se procurar por cuidados paliativos
. Internações frequentes;
. Infecções frequentes ou recorrentes;
. Redução da vontade de comer, o que pode levar à perda significativa de peso e mudanças na composição corporal;
. Dor descontrolada, falta de ar, náusea ou vômito;
. Diminuição do estado de alerta, abstinência, aumento do sono ou confusão mental;
. Incapacidade de realizar tarefas da vida diária, como comer, caminhar, usar o banheiro, limpeza pessoal ou se vestir.