Síndromes geriátricas impactam na qualidade de vida do idoso

Síndromes geriátricas impactam na qualidade de vida do idoso O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou recentemente uma série de projeções de longo prazo sobre o avanço populacional no Brasil. Uma delas aponta para uma desaceleração no ritmo de crescimento e uma consequente inversão na nossa pirâmide etária. De acordo com estimativas …

Síndromes geriátricas impactam na qualidade de vida do idoso

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou recentemente uma série de projeções de longo prazo sobre o avanço populacional no Brasil. Uma delas aponta para uma desaceleração no ritmo de crescimento e uma consequente inversão na nossa pirâmide etária. De acordo com estimativas do instituto, a população brasileira deve atingir o contingente de 233,2 milhões de pessoas até 2047.

Com a tendência de envelhecimento da população brasileira, a perspectiva é que o número da chamada terceira idade triplique, chegando a 58,2 milhões em 2060 – o equivalente a 25,5% da população. “Na medida em que o idoso envelhece, torna-se cada vez mais dependente do contexto familiar e sociocultural em que vive. É importante lembrar que a população idosa é heterogênea: alguns não desenvolvem doenças ou elas acontecem já próximo ao fim da vida e dessa forma o seu tempo de dependência torna-se menor; outros envelhecerão com doenças sem apresentar muita alteração na sua funcionalidade e autonomia e um outro grupo envelhecerá apresentando perda de autonomia e de funcionalidade precoce e com longa duração. Outro aspecto importante a ser lembrado é que os idosos podem apresentar as Síndromes Geriátricas ou os Gigantes da geriatria, que afetam a sua autonomia e funcionalidade”, cita a geriatra Gisele dos Santos, do Valencis Curitiba Hospice.

As Síndromes Geriátricas são mais frequentes em adultos mais velhos, especialmente os mais fragilizados. Por definição, as síndromes são um conjunto de sintomas geralmente originados pela conjunção de doenças com alta prevalência em idosos e que frequentemente supõe a origem da incapacidade funcional ou social na população. Trata-se da manifestação (sintomas) de muitas doenças, mas elas também podem ser a origem de muitos outros problemas que se deve levar em conta desde sua detecção, a fim de estabelecer uma boa prevenção dos mesmos. As síndromes geriátricas são conhecidas como os 7 “Is”: Incapacidade cognitiva, Incapacidade comunicativa, Instabilidade postural, Incontinência esfincteriana, Iatrogenia, Imobilidade e Insuficiência familiar.

Saiba mais sobre os 7 Is das Síndromes Geriátricas que costumam afetar a funcionalidade e a qualidade de vida dos idosos:

1 – Incapacidade cognitiva
É quando ocorre o comprometimento das funções cognitivas em grau variável, sendo reversível ou não. As capacidades cognitivas envolvem a memória, percepção, linguagem, atenção, a capacidade de julgamento e seu comportamento social.

2 – Incapacidade comunicativa
A comunicação é fundamental para o ser humano, pois com ela é possível se estabelecer um relacionamento produtivo com o meio, trocar informações, manifestar desejos, ideias e sentimentos. A incapacidade comunicativa pode ser considerada importante causa de perda ou restrição da funcionalidade, levando ao comprometimento da capacidade de execução das decisões tomadas, afetando diretamente a independência do indivíduo.

3 – Instabilidade postural
A falta de estabilidade postural pode levar a quedas, podendo impactar diretamente na independência do idoso. Uma queda pode provocar graves consequências, como lesões, fraturas, dor de difícil controle e até mesmo a morte.

4 – Incontinência esfincteriana
É a perda involuntária de urina. Geralmente, a incontinência urinária ocorre mais em mulheres e tem diversas causas, como fraqueza da musculatura pélvica, diabetes, doenças neurológicas, dentre outras.

5 – Iatrogenia
São intervenções realizadas por profissionais da saúde. Costumam estar relacionadas à reação adversa a medicamentos. Trata-se de uma resposta nociva e não intencional ao uso de um medicamento que ocorre em associação a doses normalmente empregadas para profilaxia, diagnóstico e tratamento.

6 – Imobilidade
A imobilidade acontece quando há limitação de movimento, com perda funcional progressiva. A imobilidade representa causa importante de comprometimento da qualidade de vida.

7 – Insuficiência familiar
Envolve as relações sociais existentes na vida dos idosos, familiares e sociedade em geral. Caracteriza-se como um processo de interação psicossocial de estrutura complexa, fundado especialmente no baixo apoio social da pessoa idosa e no vínculo familiar prejudicado. As consequências da insuficiência familiar incluem a vulnerabilidade social da pessoa idosa, o declínio da saúde psicológica e funcional, a menor qualidade de vida e o envelhecimento mal-sucedido.

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