Este mês de julho é especial para o Grupo IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, pois há um ano inaugurou o primeiro hospice do Sul do Brasil, o Valencis Curitiba Hospice, que tem como diferencial o foco na qualidade de vida e no atendimento de pacientes portadores de doenças crônicas incuráveis e progressivas. Dentre …
Este mês de julho é especial para o Grupo IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, pois há um ano inaugurou o primeiro hospice do Sul do Brasil, o Valencis Curitiba Hospice, que tem como diferencial o foco na qualidade de vida e no atendimento de pacientes portadores de doenças crônicas incuráveis e progressivas. Dentre as principais características da instituição destaca-se a garantia do máximo conforto e humanização em todos os ambientes. A palavra hospice advém de hospedagem e engloba em sua filosofia os valores embutidos nesse conceito, “agasalho, conforto, acolhimento, residência”, aliado à prática de cuidados paliativos. Esse modelo de assistência teve início em 1978, com um grupo de profissionais que utilizava uma maneira própria de oferecer cuidados às pessoas com doenças fora de possibilidade de cura e de forma extensiva aos seus familiares.
Localizado em uma região de fácil acesso na capital paranaense, o Valencis Curitiba Hospice se assemelha à casa do paciente, no que se refere à estrutura física planejada, para proporcionar um ambiente aconchegante e acolhedor, tanto para ele quanto para os seus acompanhantes. A fim de oferecer o máximo em assitência, o Valencis possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, além de profissionais de várias terapias complementares como ioga, Reike e acupuntura. Todo esse aparato profissional visa dar suporte ao paciente, em suas necessidades individuais, integrando de forma global os aspectos psicológico, social, espiritual e clínico.
Você sabe o que são os Cuidados Paliativos?
A Organização Mundial da Saúde – OMS define os cuidados paliativos como “uma abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e de seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, o que requer identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e de outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. Porém, muitos acreditam que esses cuidados deverão ser oferecidos somente quando a doença estiver em fase avançada, o que é um equívoco. De acordo com a oncologista responsável pelo Serviço de Cuidados Paliativos do Valencis Curitiba Hospice, Dra. Clarice Nana Yamanouchi, “os cuidados paliativos devem ser inseridos no momento do diagnóstico de uma doença potencialmente letal para melhorar sua condição para um tratamento específico”. A médica aponta que, em essência, “o grande diferencial dos cuidados paliativos é o foco na qualidade de vida, no acolhimento e humanização do tratamento”.
O elo entre os pacientes e a equipe
Com o apoio da equipe multidisciplinar, o paciente e sua família têm a possibilidade de trabalhar o processo da terminalidade da vida com mais tranquilidade. A equipe de enfermagem do Valencis Curitiba Hospice atua ativamente para proporcionar o melhor ambiente para os pacientes. Segundo a enfermeira especialista em Cuidados Paliativos, Fernanda Tuoto, a enfermagem é o elo entre a equipe multidisciplinar, paciente e família. Ela afirma que “devido ao fato de a equipe de enfermagem permanecer 24 horas ao lado do paciente e de sua família, os enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalham no Valencis conseguem traduzir as vontades e necessidades que são apresentadas pelos pacientes”. A enfermeira finaliza com a seguinte máxima: “devemos lembrar que o tratamento com o paciente deve ser o mesmo que gostaríamos de receber se estivéssemos passando por aquela fase delicada”.
Pensar sobre a finitude
Ser diagnosticado com uma doença que ameaça a vida não é nada fácil, por isso o acompanhamento com cuidados paliativos se faz tão importante nesse momento. A psicologia está inserida nos cuidados paliativos do início ao fim e, ainda assim, é uma situação impactante emocionalmente. Para o psicólogo clínico do Valencis Curitiba Hospice, Ronny Kurashiki, em meio a essa escuta clínica e qualificada, trabalha-se com o paciente modos de significação da experiência vivida durante a sua trajetória e, nesse processo, “não pode existir assunto proibido, o psicólogo vai ajudar o paciente, na sua individualidade, a trazer a morte para o campo das palavras, falar e pensar sobre finitude, sobre as marcas que foram deixadas ou aquelas que ainda se quer deixar”. Ronny Kurashiki ainda ressalta como sendo outro papel fundamental o “apoio psicológico à família do paciente durante o tratamento e após, com um grupo de acolhimento ao luto, acreditando-se que a partir do compartilhar de experiências é possível amenizar as vivências das perdas”.
Fisioterapia
A fisioterapia é uma das especialidades da equipe multidisciplinar, cujo objetivo principal é possibilitar e melhorar o desempenho físico sem causar dor e com a menor perda possível de energia, valendo-se de exercícios específicos para cada necessidade.José Renato de Oliveira, fisioterapeuta do Valencis Curitiba Hospice, conta que o profissional da fisioterapia tem um papel de relevância e destaca que “a fisioterapia é indicada para todos os pacientes em cuidados paliativos, respeitando alguns critérios clínicos, já que o tratamento fisioterapêutico atua de forma sistêmica ou local, promovendo a saúde e o bem-estar do indivíduo”.